quinta-feira, 1 de abril de 2010

Detalhes.

Olá...uma continuação para o texto " As Lágrimas da Nuvem", postado em janeiro.

Boa leitura!!
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Lucas passara um tempo atordoado e não percebia como as coisas se desenvolviam ao seu redor. Seus filhos, o cachorro, a padaria vizinha, o cobrador do ônibus, a grama entre os paralelepípedos da calçada, o outdoor, tudo permanecia em freqüente fluxo, mas era como se Lucas estivesse vivendo só e sem um relógio que o fizesse perceber o tempo passar. Em uma manhã, cujo sol forçosamente empurrava as nuvens para que pudesse ser percebido, o jovem amante percebeu as flores do jardim, que há tempo eram pequenos brotos, agora se tornaram belas rosas, completa por detalhes, cada espinho, cada frizz, cada tom de vermelho, cada pétala, naturalmente rica em personalidade, imponentes e delicadas, parecidas com Ela- pensou Lucas quando o vento soprou e o fez sentir o perfume suave vindo do interior daquelas criações de Sara. Lucas admirava, agora, a estas belezas naturais como se estivessem brotado em um piscar de olhos, como no cair de uma gota, como no amanhecer de um dia. Esta situação o fez perceber o quanto amava a sua esposa, e que em igual proporção sentia imensas saudades dela.
É – disse sorrindo – uma flor. Olhando para ela, Lucas podia visualizar o sorriso de Sara ao olhar para as crianças, ou então o olhar tímido de quando Lucas a olhava nos olhos, como dizendo que era linda. Uma lágrima escorreu pela face do admirador. Uma pétala caiu ao chão, isso o fez perceber a força de algo tão delicado, lutando contra animais, gravidade, vento entre tantos outros fatores que querem fazer com que o caule se dobre. “ Nós terminamos, admirando confusos, a perfeição.”

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