quarta-feira, 30 de junho de 2010

"Sentimentalizando"


.quando o que se tem não mostra o que se sente, ou o que se é.

terça-feira, 29 de junho de 2010

O que o tédio me obriga a escrever...


Não quero uma sala lotada
De pessoas e conversas vazias
De risadas cruas, mortas, frias
E sentir no tudo a abundância do nada.

Não quero o canto das aves
Desenhando uma paisagem cinza
Não quero o 'vá logo!', o 'demora!', o 'ainda?'
Não quero ir ao céu por meio de naves.

Não quero uma rotina estabelecida
Onde o avesso seja dito certo
E me obrigue a deixar concreto
Um poema que nasceu sem vida.

[postagem do blog Devaneios de um Adolescente,
cujo link encontra-se na coluna à direita]

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Eu te Paixão.

"Amor é quando alguém te magoa, e você, mesmo muito magoado, não grita, porque sabe que isso fere seus sentimentos" - Mathew, 6 anos


Era uma vez uma menina, ela era apaixonada por um menino. Esse menino queria jogar futebol, e a deixou. FIM.

Era uma vez a paixão. Por favor, peço à paixão que me poupe de sofrer. A paixão mata. A paixão amedronta. A paixão não se expressa. E paixão é apenas jogada, impensada, é forte demais para ser refletida, a paixão é o ápice, é o começo, esperando que não tenha nunca fim.

Tristemente digo, não há o que me faça entender, esse louco medo de me apaixonar, isso se deve ao fato de eu já o estar. E não saber o controlar. Lidar com uma paixão é sempre uma surpresa. Se for paixão é inesperado. A indefinição se resume no quase “insentido”. De tão frio que amortece, de tão quente que machuca. A paixão é uma inspiração. Faz-nos escrever, pois falar não há. De repente vazio, de repente abundante.

Ah... Quem aqui souber controlar os impulsos de uma paixão levanta mão!

Há quem compare paixão ao amor. Há quem diga que a paixão não tem o que ver com este.

E por que não dizer que o amor é a paixão amadurecida, que o amor é morte da paixão? É a dor de uma não correspondida?

Não há razão quando se fala em amor. Não há amor quando se fala em razão. Os motivos para amar são os mesmos motivos que me fazem respirar, o amor é profundo, o amor é tolerante, o amor não é metade.

Amar é surpreender-se com a capacidade de ser a manifestação do amor. Amor é o sentimento, os outros são consequências do excesso ou da falta deste.

A falta de coesão deste texto deve-se ao fato principal. O que nos move, é o amor, amor é sem coesão. Amor é juntinho, mas é tão espaçoso e pesado quanto um piano. Mas é preciso aguentá-lo, ou então não haverá canção.

Amor não tem fim. Esse texto tem um fim antes da conclusão.

Era uma vez uma menina, ela amava o menino. Ele queria jogar futebol, mas o brilho nos olhos dela o fez ficar. FIM.

João Lucas Cruz Castanho

quinta-feira, 24 de junho de 2010

É o que importa.

Estive pensando, aliás, pensar tem sido só o que tenho feito. Encontrar os segredos que nem eu mesmo conhecia, escondidos dentro de mim, me fez descobrir muita coisa, das quais eu sempre busquei saber. As encontrei aqui dentro.

Penso que o maior conflito está em justamente tê-los encontrado aqui. Simples assim. A descoberta, uma nova terra à vista. Sem tesouros, propriamente ditos, apenas índios praticamente canibais em seu modo de defesa, e madeira bruta, em forma de árvore.

Talvez a pior sensação seja a de estar sendo enganado por mim mesmo, e o fazê-lo conscientemente, até o momento em que minhas faces se cruzaram, e o inevitável aconteceu.

Tudo o que tende ao extremo desaba. E provavelmente o desabar não seja lá algo tão ruim assim. O lacerar das verdades, a dor da traição. Lembrando, isso é um monólogo. Mas lembrando a quem então? A mim mesmo!

Embora pareça complicado, é esclarecedor. A luz veio à tona, aquela lâmpada acesa apagou-se, e clareou tudo o que era ofuscado pela luz. Tudo o que fazia sentido, agora é antônimo.

Oposto é o mesmo que igual com o sinal inverso. É tudo tão simples, e tudo tão claro, que a nova clareza demora a ser adaptada pelo olho. Sábio fora Platão quando escreveu na obra A República, acerca do “Mito da Caverna”. O qual dizia: “Imaginemos um muro bem alto separando o mundo externo e uma caverna. Na caverna existe uma fresta por onde passa um feixe de luz exterior. No interior da caverna permanecem seres humanos, que nasceram e cresceram ali. Ficam de costas para a entrada, acorrentados, sem poder locomover-se, forçados a olhar somente a parede do fundo da caverna, onde são projetadas sombras de outros homens que, além do muro, mantêm acesa uma fogueira. Os prisioneiros julgam que essas sombras sejam a realidade. Um dos prisioneiros decide abandonar essa condição e fabrica um instrumento com o qual quebra os grilhões. Aos poucos vai se movendo e avança na direção do muro e o escala, com dificuldade enfrenta os obstáculos que encontra e sai da caverna, descobrindo não apenas que as sombras eram feitas por homens como eles, e mais além todo o mundo e a natureza.”.

Como é possível perceber pelo resumo acima, vê-se que o homem foi intencional, e lutou contra o que para ele era o real. Construiu uma ferramenta, trabalhou para fazer isso possível. Quebrou os grilhões, o difícil caminho de renunciar a tudo que sempre o manteve “livre” na sua realidade “presa”. Escalou o muro com dificuldade, teve de transpor o que o separava da “real realidade”. Ao chegar fora e realizar as descobertas, este precisa adaptar-se a elas. Um dos fatores seria a diferença de luminosidade, tivera de adaptar sua visão, ou melhor, tivera de se acostumar ao que via. A intencionalidade transpõe e transforma.

Agora que o mundo das sombras é uma lembrança, tenho de fazer o mundo das ideias o ideal. Posso garantir-lhe de que essa não é tarefa mais fácil. Quando se vê a luz, vê-se a verdade, veem-se os espinhos das rosas.

Aprendi recentemente com um amigo que precisamos buscar um propósito pelo qual se vale a pena lutar, e guerrear por ele da forma mais excelente possível. Sempre tendo comigo a tolerância. A tolerância não é apenas para passar por cima das frustrações e seguir em frente, mas também um exercício que instiga a mudança. Baseando-se na seguinte afirmação: Não reclame do que tolera.

Mudar. Impossível. A raiz é sempre a mesma, podem-se podar os galhos, colher os frutos, mas a raiz é sempre a mesma. Moldar, completamente possível. Podar os galhos de modo com que cresçam em outro sentido, fertilizar a terra para que a raiz tenha mais condições e reflita isso nos frutos. Pois é pelos frutos que se identifica a árvore.

Bem, a caminhada é longa, o desvendar-se é abstrato, e soletrado ao mesmo tempo. A questão é que não importa o que tenha de se passar, desde que esse processo possa me fazer ser quem eu realmente sou, desprezando os grilhões que outrora me prenderam às minhas diversas sombras. Quero ter/ser sentimento, quero ter amigos, quero ser real.

QUEM TEM UM POR QUE ENFRENTA QUALQUER COMO. [Viktor Frankl]

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Clariceando...

[Clarice me entenderia]


É curioso como não sei
dizer quem sou.
.
Quer dizer, sei-o bem,
mas não posso dizer.
.
Sobretudo tenho medo
De dizer porque no momento
em que tento falar não só não exprimo
o que sinto como o que sinto se transforma
lentamente no que eu digo...
.
Sou como você me vê.
Posso ser leve como uma brisa
ou forte como uma ventania,
depende de quando
e como você me vê passar.
.
Não me dêem fórmulas certas,
porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostrem o que esperam de mim,
Porque vou seguir meu coração.
.
Não me façam ser quem não sou.
Não me convidem a ser igual,
porque sinceramente sou diferente.
.
Não sei amar pela metade.
Não sei viver de mentira.
Não sei voar de pés no chão.
.
Sou sempre eu mesma,
mas com certeza não serei
a mesma pra sempre.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Sentimento Invisível...

...que dirá sentido,
que dirá percebido.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

"Horizonte...

...por que parece linha reta, mas sei que não é assim."

Ponho-me a refletir. Minha cabeça dói, tiro os óculos e deposito-os sobre a escrivaninha. Intensifico a luz da luminária. Quando olho para a mesa observo que meus cabelos caem sobre as páginas amareladas dos livros abertos.

Sinto meu estômago apertando, porém, sinto-me sucumbido o bastante para ingerir qualquer coisa.

Caio em minha mente, vulnerável aos meus próprios ataques, como vórtices, ou então, o mais matreiro pensamento, de imensurável candura, dirigindo-me a terno devaneio. Apetece-me galgar para o engodo da perfídia, provocando um inebriante lacerar de verdades. Perniciosos são os pensamentos agora, e no dissipar de um momento desvanece a fantasia, e volto a compor-me por quem não sou. De fato, nada do que aspiro é inócuo, é apenas ofensivo a mim próprio negar quem sempre sustentei.

Meu ego salta de minhas entranhas, expondo uma vil reputação. Jamais pútrida, mas de juízos mentirosos. Direitos que regem a lei vã que criei para respeitar, não apenas impedindo com que transponham as barreiras de segurança que instaurei para não invadirem meu espaço, mas me impedindo de estar neste.

Resguardado em máscaras, ora imaculadas, ora infamadas. Ardendo em lágrimas sanguinolentas, como açoites em meus olhos. Tornando-me cego de minha visão egocêntrica.

Reduzo-me a pó, esquálido ser a transpor sua armadura. Ressentido por não “viver” a prévia da morte.

João Lucas Cruz Castanho

sábado, 19 de junho de 2010

Learn, Live, Look

Aprender com o ontem...Viver hoje...Olha para amanhã.

sábado, 12 de junho de 2010

Não se chama nada.

"Amor não se conjuga no passado; ou se ama para sempre ou nunca se amou verdadeiramente." (M. Paglia)


Quanto a mim, preferia não estar na solidão, mas se é isso que a companhia me reserva, não tem nada a fazer. Isso não foi minha culpa, e para piorar não posso expor o que quero, devo apenas pensar, pois falar pode ser ofensivo a mim, me sentiria menosprezado se tomasse a ação de trocar uma só palavra com ela. Não eu não vou conversar. Sou humano. Sou assim, se não me quer como sou, não me tenha. Mas... Mas minha mente grita, ou chora, resmunga sem forças. Meus lençóis já não cheiram bem, e meu travesseiro está amassado, minhas roupas me deixam nu, e as paredes do meu quarto estão cinza. A janela bate sozinha, sem vento. A lâmpada está em pó. A luz tênue pouco me ilumina, mas é isso que quero.
A dor corrói minhas entranhas, eu não sinto minha alma. Meu coração empedrou. Eu não agüento mais, e você não pode mais voltar. Foi minha culpa. Meus olhos secaram. Mas nada resolve. Tenho medo de ir para o lugar onde você está.
Eu me nego a falar, mas agora consigo te ver em minha frente, com afeição brava. Ah, como eu amo te ver assim. Eu vou falar. Dói ter que te tirar de mim, é o melhor que eu tenho a fazer, mas é o pior de se fazer.
Estou deitado nessa cama há uma semana, tentando te tirar de mim, mas tudo me lembra você, mas é pior, pois nada me faz te sentir.
Os lençóis não me lembram a maciez da sua pele. O edredom me resfria, nada como o teu calor. Os lírios que estão ao lado de minha cama, os quais eu havia comprado para você, nunca me lembraram seu perfume. Lembro-me das paredes que você decorou para mim, ficou lindo, mas elas desbotaram quando você se foi. Nada que eu visto me faz sentir coberto. Quando você abria as janelas, o sol clareava ainda mais seus olhos, agora elas estão eternamente trancadas.
O que? Você é realmente linda. Não consigo aceitar seu perdão. Depois de tudo você me diz, olhando para mim, falando que não é minha culpa. [Silêncio]. Obrigado por me fazer ouvir sua doce voz. Mas... Se eu não tivesse pegado outro caminho, será que você ainda estaria aqui? Desculpe-me, eu estava alterado. E você não tinha me falado nada de mais, afinal.
Como eu faço para me redimir? Não. É só você o meu amor. Não posso amar outra mulher. É só você. Não sou mais capaz de sentir amor.
“Você nunca deixará de amar. O Amor é a essência da vida, e nem na morte se acaba.”.
Com estas palavras eles se despediram. E a seguir o amor seguiu-se, enquanto a vida partia.


João Lucas Cruz Castanho

domingo, 6 de junho de 2010

Funeral




E pensar que perdemos o nosso tempo acordando, estudando, dormindo, acordando, estudando, dormindo, para um dia simplesmente poder acordar, trabalhar, dormir, acordar, trabalhar, dormir.
Das 24 horas que o dia nos dá, separamos 8 para enumerar os problemas, outras 8 para tentar resolve-los, e as últimas 8 para tentar esquecê-los.
Parece engraçado, mas perdemos a vida em nome de uma missão chamada de "ganhar a vida".

Dizemos "não tenho tempo" para as pessoas que amamos, com a desculpa que estamos muito ocupados fazendo coisas para ganhar tempo para ficarmos com as pessoas que amamos.

Perdemos amigos, nos distanciamos de quem nos faz bem. Deixamos tudo para depois, achando que "um dia estaremos tranqüilos para compensar o tempo perdido". Só que no final, quando nos damos conta, já é tarde demais, o objetivo não está mais lá.
E então, por arrependimento, contrariamos todo esse sistema e nos esforçamos para encontrar TEMPO, ou uma simples pausa... para o funeral.

Você vê algum sentido nisso?
Eu não.


(F. Heanna)

indefinido.


"Porque, como imaginou no seu coração, assim é ele.”
Provérbios 23:7.