quinta-feira, 24 de junho de 2010

É o que importa.

Estive pensando, aliás, pensar tem sido só o que tenho feito. Encontrar os segredos que nem eu mesmo conhecia, escondidos dentro de mim, me fez descobrir muita coisa, das quais eu sempre busquei saber. As encontrei aqui dentro.

Penso que o maior conflito está em justamente tê-los encontrado aqui. Simples assim. A descoberta, uma nova terra à vista. Sem tesouros, propriamente ditos, apenas índios praticamente canibais em seu modo de defesa, e madeira bruta, em forma de árvore.

Talvez a pior sensação seja a de estar sendo enganado por mim mesmo, e o fazê-lo conscientemente, até o momento em que minhas faces se cruzaram, e o inevitável aconteceu.

Tudo o que tende ao extremo desaba. E provavelmente o desabar não seja lá algo tão ruim assim. O lacerar das verdades, a dor da traição. Lembrando, isso é um monólogo. Mas lembrando a quem então? A mim mesmo!

Embora pareça complicado, é esclarecedor. A luz veio à tona, aquela lâmpada acesa apagou-se, e clareou tudo o que era ofuscado pela luz. Tudo o que fazia sentido, agora é antônimo.

Oposto é o mesmo que igual com o sinal inverso. É tudo tão simples, e tudo tão claro, que a nova clareza demora a ser adaptada pelo olho. Sábio fora Platão quando escreveu na obra A República, acerca do “Mito da Caverna”. O qual dizia: “Imaginemos um muro bem alto separando o mundo externo e uma caverna. Na caverna existe uma fresta por onde passa um feixe de luz exterior. No interior da caverna permanecem seres humanos, que nasceram e cresceram ali. Ficam de costas para a entrada, acorrentados, sem poder locomover-se, forçados a olhar somente a parede do fundo da caverna, onde são projetadas sombras de outros homens que, além do muro, mantêm acesa uma fogueira. Os prisioneiros julgam que essas sombras sejam a realidade. Um dos prisioneiros decide abandonar essa condição e fabrica um instrumento com o qual quebra os grilhões. Aos poucos vai se movendo e avança na direção do muro e o escala, com dificuldade enfrenta os obstáculos que encontra e sai da caverna, descobrindo não apenas que as sombras eram feitas por homens como eles, e mais além todo o mundo e a natureza.”.

Como é possível perceber pelo resumo acima, vê-se que o homem foi intencional, e lutou contra o que para ele era o real. Construiu uma ferramenta, trabalhou para fazer isso possível. Quebrou os grilhões, o difícil caminho de renunciar a tudo que sempre o manteve “livre” na sua realidade “presa”. Escalou o muro com dificuldade, teve de transpor o que o separava da “real realidade”. Ao chegar fora e realizar as descobertas, este precisa adaptar-se a elas. Um dos fatores seria a diferença de luminosidade, tivera de adaptar sua visão, ou melhor, tivera de se acostumar ao que via. A intencionalidade transpõe e transforma.

Agora que o mundo das sombras é uma lembrança, tenho de fazer o mundo das ideias o ideal. Posso garantir-lhe de que essa não é tarefa mais fácil. Quando se vê a luz, vê-se a verdade, veem-se os espinhos das rosas.

Aprendi recentemente com um amigo que precisamos buscar um propósito pelo qual se vale a pena lutar, e guerrear por ele da forma mais excelente possível. Sempre tendo comigo a tolerância. A tolerância não é apenas para passar por cima das frustrações e seguir em frente, mas também um exercício que instiga a mudança. Baseando-se na seguinte afirmação: Não reclame do que tolera.

Mudar. Impossível. A raiz é sempre a mesma, podem-se podar os galhos, colher os frutos, mas a raiz é sempre a mesma. Moldar, completamente possível. Podar os galhos de modo com que cresçam em outro sentido, fertilizar a terra para que a raiz tenha mais condições e reflita isso nos frutos. Pois é pelos frutos que se identifica a árvore.

Bem, a caminhada é longa, o desvendar-se é abstrato, e soletrado ao mesmo tempo. A questão é que não importa o que tenha de se passar, desde que esse processo possa me fazer ser quem eu realmente sou, desprezando os grilhões que outrora me prenderam às minhas diversas sombras. Quero ter/ser sentimento, quero ter amigos, quero ser real.

QUEM TEM UM POR QUE ENFRENTA QUALQUER COMO. [Viktor Frankl]

2 comentários:

Anônimo disse...

Venho responder sue post lá no meu blog e aproveitar para te parabenizar pelo post, mais uma vez...
Bom, sobre a sua proposta, a resposta é sim, claro, mas devo adiantar que sou nova na blogosfera e não entendi a parte de "Deixa sua assinatura"...
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Até o próximo post.

PRISCILLA REIS disse...

Entrando no blog de AnTeNada, pra responder o post dela, encontrei o link do seu. Como sou curiosa, resolvi clicar e fiquei feliz por encontrar essa tua página. Parabéns pelos belos textos. Uma tarde de descobertas deliciosas pra mim. Depois, convido-o a entrar no meu humilde blog. Entre, puxe a cadeira e fique à vontade!
Bjs!