sábado, 12 de junho de 2010

Não se chama nada.

"Amor não se conjuga no passado; ou se ama para sempre ou nunca se amou verdadeiramente." (M. Paglia)


Quanto a mim, preferia não estar na solidão, mas se é isso que a companhia me reserva, não tem nada a fazer. Isso não foi minha culpa, e para piorar não posso expor o que quero, devo apenas pensar, pois falar pode ser ofensivo a mim, me sentiria menosprezado se tomasse a ação de trocar uma só palavra com ela. Não eu não vou conversar. Sou humano. Sou assim, se não me quer como sou, não me tenha. Mas... Mas minha mente grita, ou chora, resmunga sem forças. Meus lençóis já não cheiram bem, e meu travesseiro está amassado, minhas roupas me deixam nu, e as paredes do meu quarto estão cinza. A janela bate sozinha, sem vento. A lâmpada está em pó. A luz tênue pouco me ilumina, mas é isso que quero.
A dor corrói minhas entranhas, eu não sinto minha alma. Meu coração empedrou. Eu não agüento mais, e você não pode mais voltar. Foi minha culpa. Meus olhos secaram. Mas nada resolve. Tenho medo de ir para o lugar onde você está.
Eu me nego a falar, mas agora consigo te ver em minha frente, com afeição brava. Ah, como eu amo te ver assim. Eu vou falar. Dói ter que te tirar de mim, é o melhor que eu tenho a fazer, mas é o pior de se fazer.
Estou deitado nessa cama há uma semana, tentando te tirar de mim, mas tudo me lembra você, mas é pior, pois nada me faz te sentir.
Os lençóis não me lembram a maciez da sua pele. O edredom me resfria, nada como o teu calor. Os lírios que estão ao lado de minha cama, os quais eu havia comprado para você, nunca me lembraram seu perfume. Lembro-me das paredes que você decorou para mim, ficou lindo, mas elas desbotaram quando você se foi. Nada que eu visto me faz sentir coberto. Quando você abria as janelas, o sol clareava ainda mais seus olhos, agora elas estão eternamente trancadas.
O que? Você é realmente linda. Não consigo aceitar seu perdão. Depois de tudo você me diz, olhando para mim, falando que não é minha culpa. [Silêncio]. Obrigado por me fazer ouvir sua doce voz. Mas... Se eu não tivesse pegado outro caminho, será que você ainda estaria aqui? Desculpe-me, eu estava alterado. E você não tinha me falado nada de mais, afinal.
Como eu faço para me redimir? Não. É só você o meu amor. Não posso amar outra mulher. É só você. Não sou mais capaz de sentir amor.
“Você nunca deixará de amar. O Amor é a essência da vida, e nem na morte se acaba.”.
Com estas palavras eles se despediram. E a seguir o amor seguiu-se, enquanto a vida partia.


João Lucas Cruz Castanho

4 comentários:

deh disse...

Apavorantee!!

eu pude ver as cenas desse texto rss..muito bom Lu!

Estamos na espera do livroo!=D

adriano tiezerini disse...

muito bom, em certas frases me vi nesse dilema...

Anônimo disse...

Muito bom texto Lu,continue escrevendo,tu tens talento.

Márcio Ezequiel disse...

Nossa quanto romantismo, rapaz. Tá meio água com açucar, né? Também tá meio coitadismo. E pra completar tem uma certa ingenuidade. Quer saber? É. É amor!!! hehehe. Abraço e sucesso!